quarta-feira, 6 de julho de 2011

Recordando

Baú do Esporte:
Vicentão: Mais que o craque, o cidadão
Vicente Ramos de Paula junto a alguns dos troféus que conquistou ao longo da carreira

Em jogo contra o Santos em 59, Vicente, Pelé e Celso

Desfrutando sua merecida aposentadoria, Vicentão, como é carinhosamente chamado, viaja no tempo recordando seu passado de atleta e de funcionário público. Tanto no futebol quanto na vida particular, se orgulha de haver cumprido com dignidade seu papel.
Vicente Ramos de Paula, seu nome de batismo, nasceu em Santo Anastácio (SP) em 13 de outubro de 1937 e em 1949 foi residir em Presidente Prudente. Foi jogando na várzea que despertou a atenção da equipe profissional da Prudentina, na época uma força do futebol no interior, quando havia as divisões “especial”, “primeira” e “segunda” e a rivalidade tradicional entre as duas equipes de Prudente. A outra era o Corinthians.      
Vicente ficou na Prudentina de 1958 a 1968. Em 67 foi emprestado ao Londrina, quando o time foi o 3º colocado no campeonato paranaense. Pela Prudentina foi campeão da 2ª divisão e depois da primeira, passando a disputar a série especial, fase em que enfrentou os maiores astros do futebol paulista, só para mencionar, Pelé!      
Em 62, na decisão da primeira divisão, foram três confrontos contra a Ponte Preta. No primeiro jogo, em Campinas, empate por 2 x 2. No 2º, em Prudente, vitória da Prudentina por 3 x 2 e na grande final, no Pacaembu, 3  x 2 para a Ponte no tempo normal e vitória da Prudentina na prorrogação de dois tempos de 15 minutos. Vicente considera que aquele jogo valeu sua convocação para a Seleção Brasileira que foi campeã do Sul Americano no Peru em 62. Vicente recorda: “Quando o jogo estava 2 a 1 para a Ponte, surgiu uma falta a nosso favor. A bola foi colocada na marca do centro do campo pelo árbitro Olten Ayres de Abreu. A Bola estava molhada e meu chute era temido. Acertei um tiro à meia altura com a bola ainda tocando no chão. Indefensável para o goleiro e empatando o jogo”. Suas cobranças de falta foram decisivas na Seleção no Peru. Marcou contra o Chile, vitória do Brasil por 3 x 2, contra o Peru, na vitória por 3 x 1 e  contra o Paraguai, vitória por 3 x 2, conquistando o título para o Brasil. 
Em 68 Vicentão veio para Guarani de Adamantina, trazido pelo então prefeito Tino Romanini e por esportistas como Américo Rodrigues de Freitas e Julião. Jogou em Adamantina até 71, voltou a Prudente e retornou como técnico para montar o time do Guarani campeão paulista da 2ª Divisão de 1974/75. Ingressou no serviço público municipal de Adamantina em junho de 1969 e se aposentou em 1.996. Na prefeitura exerceu as funções de chefe de serviços gerais e diretor de obras. Nos esportes foi diretor de esportes nos áureos tempos do Vôlei masculino juvenil campeão paulista e que representou o Estado. Vicente é viúvo. Sua mulher, Irene Cardoso de Paula – grande fã e torcedora -  faleceu em 2002. Tem três filhos: Luis Roberto (Preto), Marcos e Carlinhos, todos casados. Tem um casal de netos, filhos de Luiz Roberto: Gabriele e Vitor. Depois de tanta história de vida, Vicente escolheu Adamantina para morar: “Aqui sempre desfrutei de excelente círculo de amizades e a cidade me proporciona segurança, paz e tranqüilidade, razões pelas quais pretendo permanecer aqui...”

Francisco Netto
Repórter - Jornal Diário do Oeste

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